O Cruzeiro pisou o gramado embebido da confiança de que escreveria uma bela história no Mineirão.Os mais de 60 mil torcedores não deixavam o time pensar em outra hipótese.
Enquanto a Raposa sonhava, o astuto Estudiantes se mantinha bem acordado.
Não seria fácil para os argentinos lutarem contra aquela atmosfera, entretanto, ao apito do árbitro, toda imaginação se dissipa.
Ficam apenas bola e jogadores.
O primeiro tempo esteve carregado pelo clima da partida anterior. Ramires e Verón continuaram o entrave iniciado em La Plata. O que não era bom para nenhuma das equipes; pior para os mineiros, que atuavam em casa.
O nível de tensão acima do recomendado desencadeou um futebol abaixo do esperado.
Pouquíssimos chutes a gol e uma ineficiente marcação do time de Batista amarraram o futebol cruzeirense.
O Estudiantes fez o que deveria, jogou o que podia, provocou o que queria e cozinhou os brasileiros no Mineirão. A equipe criou algumas chances para tentar o gol, travadas pela zaga adversária, sempre atrasada, ora com faltas, ora em aliviadas importantes.
Antes da partida, Verón e Kléber eram apontados como os protagonistas da final. E assim foi: o atacante fora o melhor do Cruzeiro e Verón, um monstro pelos argentinos.
O tempo correu e, de 180 minutos iniciais, restava apenas 45 para a definição do campeão.
Na etapa inicial, o time da casa não conseguiu aplicar seu toque de bola, igualando o futebol ao do Estudiantes.
No segundo tempo, o Cruzeiro tentou jogar o de costume; rodou a bola na frente da área argentina, abriu espaço na zona frontal e Henrique emendou um canudo ao gol. A bola desviou em Desábato e enganou o goleiro.
Aos 6’, 1 a 0 para o Cruzeiro.
E todo aquele sonho que antecedera a partida voltou ao inconsciente da equipe.
A taça estava muito perto e, por isso, ainda longe.
Seis minutos depois, Verón, que se achava em todas as partes do campo, deu um passe magistral à direita do ataque; por lá, sozinho, Cellay cruzou na pequena área para Fernández empatar a partida.
O jogo seguia duro. Por vezes, desleal. Calcanhares, solas e cotovelos sobravam a cada dividida, em um futebol extremamente interessante ao Estudiantes.
Bola por bola, a do Cruzeiro era mais redonda. Mas os argentinos, com méritos, conseguiram deformá-la.
A torcida, apreensiva, não tinha nervos para empurrar a equipe.
E o Estudiantes assumia a locomotiva da partida, tendo Verón como maquinista.
Aos 27’, a Raposa se recolheu à toca. Verón cobrou escanteio no meio da área e Boselli achou o tetracampeonato de La Plata.
Pouco aplicado taticamente e sem inspiração individual, o Cruzeiro viu a taça sumir debaixo de 60 mil narizes.
Argentina é tetra na década, Estudiantes é tetra na história e família Verón é tetra na Libertadores, com três títulos do pai e o primeiro do filho.
Foto: clarin.com
Um comentário:
Fiquei muito triste ontem, embora corinthiano estava torcendo muito pelo Cruzeiro, odeio argentino feliz, pior ainda quando eles estão felizes aqui no Brasil, e por causa dos brasileiros.
Mas realmente é estranho entender o que aconteceu com o Cruzeiro ontem, parece que depois que ele fez o gol simplesmente apagou!
Parabéns pelo Blog! E pelo destaque do BlogBlogs
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