Com o sistema defensivo pela metade, o Corinthians mandou o clássico contra o Palmeiras em Presidente Prudente.Mais do que o derby, o confronto valia a vice-liderança do Nacional.
Logo no início da partida, o alvinegro demonstrou que teria problemas na defesa. Sem Alessandro, André Santos, Cristian e com William voltando de contusão, parar o Palestra era tarefa injusta.
A saída seria compensar, como vem ocorrendo, com a eficiência do ataque.
A partida começou ruim para as duas equipes, com tramas mal executadas. O gramado escorregadio não favorecia o bom futebol, e o toque de bola corintiano ficou comprometido.
Se detalhes costumam decidir estes jogos, o Palmeiras não abriu o placar por pouco, quando colocou uma bola na trave e no gol anulado de Obina, fatos ocorridos antes dos 10 minutos rodados.
Aos 19’, um divisor de águas no campo encharcado. Ronaldo sofre contato de Souza e deixa o clássico. O Corinthians perdia o passe, o chute, a referência, o ídolo Ronaldo.
No lugar do Fenômeno, Mano coloca Moradei. A substituição parece estranha, e é. Mas sem banco razoável, não sobra opções ao técnico alvinegro. O time campeão paulista e da Copa do Brasil, com vaga assegurada a Libertadores 2010, não tem peça de reposição no elenco.
A entrada do volante, além de mudar o esquema que o Corinthians joga, congestionou o meio-campo no time, com Jucilei, Elias, Douglas e Moradei. Não havia espaço para tantos.
Desacostumados com o modo de jogo, Dentinho e Jorge Henrique continuaram pelos flancos do campo, esvaziando a área palmeirense.
O desajuste foi penalizado aos 31 minutos. Na lateral esquerda, de Diego, era Jucilei quem marcava, ou quase isso, porque permitiu o cruzamento. Na grande área, foi a vez de Chicão permitir que Obina colocasse a cabeça na bola. 1 a 0.
No segundo tempo, o Corinthians voltou mais equilibrado, melhor em campo que o rival. Até que Chicão, sem rodeios, empurrou Clayton Xavier dentro da área; pênalti. Obina bateu duas vezes, marcou as duas. 2 a 0 alviverde, aos 15’ da etapa final.
O elenco campeão, ou parte dele, não conseguia reproduzir as boas atuações do primeiro semestre; nem tinha Ronaldo para fazer assistência ou o próprio gol.
Se de um lado não tinha camisa nove, no Palmeiras, Obina fazia miséria. Em contra-ataque, o atacante escreveu seu nome na história do derby e o Corinthians, como tantas vezes na história, fez o nome de mais um centroavante adversário.
Para piorar a situação, Alessandro, que entrara no segundo tempo, achou sua expulsão aos 28’.
A vantagem do Verdão só não foi maior, porque a equipe decidiu trocar passes no campo defensivo e segurar o placar diante do Corinthians morto e com um a menos.
Com a vitória, o Palmeiras igualou em pontos ao líder Atlético-MG, ficando atrás pelo saldo de gols.
O Corinthians continua no G-4 e sublinha uma árida janela de transferências ao rendimento da equipe.
Ficou evidente que os primeiros jogadores a sair da equipe não deixaram sucessores.
Enquanto este intervalo não passar, a chuteira de alguns jogadores abandonará o clube e a cabeça de outros viajará para distantes campos.
Após tantas conquistas, Mano começa do zero a reconstrução da equipe.
Coisas de nosso futebol.
Foto: gazetaesportiva.net
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