
A história do Clube de Regatas Flamengo pode ser dividida em antes e depois de Zico.
Este texto, que não fala sobre o Galinho de Quintino, mas daquele que inspirou o craque dos anos 80, resgata outro camisa 10 rubro-negro, ídolo de Zico e que ajudou ao Flamengo atingir o tamanho que hoje tem.
Nascido em Maceió, no ano de 1934, Edvaldo Alves de Santa Rosa deu seus primeiros toques na bola pelo CSA de Alagoas.
Com pouco mais de 1,60 de altura, mas enorme velocidade e controle de bola, Edvaldo chegou Dida ao Flamengo em 1953.
Reserva, em uma época em que não se podia substituir atletas no decorrer da partida, Dida estreou entre os titulares graças a contusão de Evaristo e Benitez, estrelas da equipe.
Em 1955, já era dono da camisa 10 do bicampeão carioca.
Naquele mesmo ano, Dida chegou ao olimpo dos ídolos, ao marcar quatro gols (um por desvio) na final do Campeonato Carioca contra o América. A partida terminou 4 a 1 para Dida.
A convocação à seleção brasileira não tardou, assim como as seguidas contusões na coxa.
Dida fez apenas 8 jogos pela canarinho, marcou 5 gols e conquistou dois títulos. Em 1958 era o titular da seleção na Copa do Mundo da Suécia, no entanto, quis o destino da bola, que uma contusão tirasse o jogador após a estreia na competição. Em seu lugar, entrou em campo, aos 17 anos, Édson Arantes do Nascimento, o futuro Rei Pelé.
Certamente uma honra para ambos os atletas.

Dida foi 10 anos ataque titular na Gávea e acumulou marcas impressionantes.
Para se ter uma idéia de como era Dida em campo, em 1955 disputou 17 jogos e anotou 16 gols; em 56, a razão foi 23 para 24; em 57, 46/34; e no ano da Copa, fez 39 jogos pelo rubro-negro e balançou a rede 33 vezes.
A incrível média do atacante continuou até sua saída. Foram seis títulos, 264 gols e 357 jogos do maior artilheiro do Flamengo antes de Zico. Dizem que o jogador comemorava gols antes mesmo de chutar a bola.
Em 1966, o novo técnico da Gávea, Flávio Costa, decidiu colocá-lo no banco de reservas. O atleta não aceitou assistir aos jogos à beira do gramado e mudou-se para a Portuguesa de Desportos.
Disputou mais dois anos de futebol e encerrou a carreira.
O homem, camisa 10 antes de Pelé e Zico, partiu na primavera de 2002.
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